O senador Davi Alcolumbre (União-AP), de 47 anos, se elegeu mais uma vez presidente do Senado neste sábado (1º).
O número mínimo, de 41 votos, foi atingido às 15h12 – e o resultado, proclamado às 15h19. Todos os 81 senadores votaram.
O placar final foi:
Logo após a proclamação, as imagens feitas no plenário no Senado mostraram os senadores Randolfe Rodrigues (PT-AP) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) repassando ligações ao recém-eleito Alcolumbre.
Os parlamentares confirmaram à GloboNews que as ligações eram de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, respectivamente.
Com o resultado, Davi Alcolumbre será presidente da Casa pela segunda vez. Ele já ocupou o cargo no biênio 2019-2020.
Ainda em 2024, o novo presidente do Senado já havia formado um arco de alianças praticamente impossível de ser derrotado, com partidos tanto da base do governo quanto da oposição.
Ele conseguiu reunir legendas que somam 73 congressistas: PSD (14), PL (14), MDB (11), PT (10), União (7), PP (6), PSB (4), Republicanos (4) e PDT (3). E mais dois senadores do Podemos e um do PSDB, totalizando 76 parlamentares que já estavam fechados com o então candidato, o equivalente a 94% do Senado.
Ou seja: 76 parlamentares, o equivalente a 94% do Senado, já estavam fechados com o então candidato.
O senador do Amapá, que na sua primeira gestão foi aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), agora é da base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Quando Lula assumiu, há dois anos atrás, Alcolumbre indicou dois nomes para ocupar ministérios na Esplanada.
Apesar de, na primeira gestão, Alcolumbre ter surgido como um nome de "renovação" para o Senado – frente ao quadro mais tradicional que era Renan Calheiros – o senador do Amapá adotou uma postura bastante pragmática.
Em parte, trabalhava em prol do governo Bolsonaro e ajudava o governo a pautar projetos. Ao mesmo tempo, era um crítico vocal do então presidente em temas como o negacionismo na pandemia.
Nesta época, em 2020, Alcolumbre conseguiu, por exemplo, incluir bacias hidrográficas do Amapá na área de atuação da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf).
Mesmo fora da presidência do Senado, Alcolumbre manteve esse estilo na primeira metade do governo Lula.
Atuou, por exemplo, para acelerar a votação e garantir um bom placar para aprovar o economista Gabriel Galípolo para presidir o Banco Central e despachar o pacote de corte de gastos do governo. Esse último foi votado em tempo recorde pelo Congresso na última semana da agenda legislativa do ano passado.
Diferentemente de Pacheco, Alcolumbre conseguiu reunir também o apoio da oposição para a disputa atual.
Com isso, nos próximos dois anos, deve acomodar o PL em cargos relevantes – o partido lidera a oposição a Lula e tem a segunda maior bancada no Senado.
O primeiro vice-presidente do Senado deve ser Eduardo Gomes (PL-TO). E o senador cotado para presidir a Comissão de Segurança Pública é Flávio Bolsonaro.
Damares Alves (Republicanos-DF) deve ser a presidente da Comissão dos Direitos Humanos (CDH). Ela foi foi ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, de 2019 a 2022, no governo Bolsonaro.
Portanto, um dos desafios de Alcolumbre será equilibrar os anseios da base e da oposição, que defende pautas como a anistia a presos que tentaram um golpe militar em 8 de janeiro de 2023 e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Chegaram a registrar candidatura, para fazer frente a Alcolumbre: Marcos do Val (Podemos-ES), Soraya Thronicke (Podemos-MS), Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE).
Apenas a candidatura do Girão, único representante do Novo no Senado, recebeu o suporte do partido. As legendas de Thronicke, do Val e Pontes apoiaram Alcolumbre.
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