O ato com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista neste domingo (6) a favor da anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro reuniu cerca de 44,9 mil manifestantes, segundo metodologia do Monitor do Debate Político do Cebrap em parceria com a ONG More in Common, que consiste em usar imagens da multidão, capturadas por drones.
A contagem foi feita no momento de pico da manifestação, às 15h44, a partir de fotos aéreas analisadas com software de inteligência artificial.
Há 3 semanas, uma outra manifestação, no Rio de Janeiro, também convocada por Bolsonaro e aliados, reuniu cerca de 18,3 mil pessoas, segundo a mesma metodologia.
Além de Bolsonaro, estavam presentes na manifestação o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); o de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); o do Paraná, Ratinho Junior; o do Amazonas, Wilson Lima; o de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); o de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil); e o de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL).
O protesto começou em torno das 14h. Houve discursos com críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a favor do projeto de lei em tramitação na Câmara que concede anistia a condenados pelos atos antidemocráticos, como a cabeleireira Débora Rodrigues Santos, presa por ter pichado com um batom a estátua "A Justiça". O ataque às instituições da República foi o maior desde que o Brasil voltou a ser uma democracia.
Por volta das 15h40, Jair Bolsonaro discursou e pediu anistia para os presos pelos atos golpistas. O ex-presidente criticou ainda o fato de estar inelegível por ter apenas "se reunido com embaixadores", mas disse que "eleições em 2026 sem Jair Bolsonaro é negar a democracia, é escancarar a ditadura no Brasil".
Em junho de 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou Bolsonaro à inelegibilidade até 2030 por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
No mês passado, a Primeira Turma do STF decidiu por unanimidade tornar réus o ex-presidente Bolsonaro e mais sete aliados por tentativa de golpe em 2022. Agora, os acusados passarão a responder a um processo penal — que pode levar a condenações com penas de prisão.
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