O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite deste domingo (8) que o governo pretende editar uma medida provisória (MP) para aumentar a arrecadação dos cofres públicos e, dessa forma, vai conseguir "recalibrar" o decreto sobre a alta do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF).
A equipe econômica do governo se reuniu nesta noite com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), além de líderes partidários para tentar chegar em um consenso com relação a alterativas sobre o aumento do tributo.
O anúncio do decreto sobre a alta do IOF foi divulgado há pouco mais de duas semanas pelo governo e causou uma reação negativa por parte do mercado e do Congresso
Além da recalibragem do decreto do IOF, algumas das mudanças anunciadas por Haddad foram:
Correção de distorções
Haddad disse que a MP “vai disciplinar determinadas matérias sobre a questão da arrecadação, que visa basicamente o mercado financeiro".
Segundo o ministro, trata-se de uma medida que corrige distorções no sistema de crédito, na cobrança de impostos sobre títulos e no rendimentos sobre títulos.
"São títulos isentos que vão deixar de ser isentos, mas continuarão bastante incentivados", argumentou Haddad.
Dentro desse pacote, o ministro ainda comentou alterações para o mercado das bets.
"Inclusive, vai entrar um aspecto que vamos explicar amanhã [segunda] que é a questão das bets — apresentar esse mercado, como ele está organizado", adiantou Haddad.
Haddad afirmou que a taxação das apostas esportivas deve subir de 12%, percentual atual, para 18%, que era a proposição inicial do governo quando o projeto foi enviado ao Congresso.
"Essa medida provisória vai permitir recalibrar o decreto do IOF", prosseguiu o ministro da Fazenda.
Já com relação ao decreto, todas as cláusulas serão revistas, segundo o ministro.
Uma das coisas que deve mudar tem a ver com o risco sacado, uma modalidade de crédito em que bancos antecipam valores para varejistas que venderam a prazo.
O decreto do governo determinou que o IOF passaria a incidir sobre a antecipação. Esse ponto atinge especialmente pequenas empresas que dependem dos valores antecipados para ter capital de giro.
Uma das reivindicações de Hugo Motta era para que o governo eliminasse o IOF sobre essas operações, algo que Haddad afirmou que ocorrerá da seguinte forma: a taxa fixa será eliminada e a incidência diária, recalibrada.