O cientista político Fernando Schüler afirmou que não há possibilidade de anistia no Congresso em relação à a denuncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas.
“Acho que não há nenhuma probabilidade real de anistia no Congresso. Já não tinha antes, acho muito improvável agora. Isso não está na agenda do deputado Hugo Motta, na agenda Senado Federal. Não tem voto para isso no Congresso Nacional”, explicou durante participação no Canal Livre.
Cientista político, Fernando Schüler afirmou que não há possibilidade de anistia no Congresso em relação à a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas.
“Acho que não há nenhuma probabilidade real de anistia no Congresso. Já não tinha antes, acho muito improvável agora. Isso não está na agenda do deputado Hugo Motta, na agenda Senado Federal. Não tem voto para isso no Congresso Nacional”, explicou durante participação no Canal Livre.
Schüler ainda usou o exemplo de uma pessoa presa pelos atos de 8 de janeiro e explicou que as penas para os denunciados pela tentativa de golpe devem ser duras.
“Realisticamente, do ponto de vista político, esse processo está dado. Se uma senhora que pintou com batom a frase ‘perdeu, mané’ em uma estátua, que foi limpa em 15 minutos, e está dois anos presa e vai ser condenada a 16, 17 anos, obviamente as pessoas que tentaram de fato uma quebra de ordem constitucional ou golpe vão receber penas muito duras. Acho que não há nenhuma possibilidade de reversão disso, nem no Supremo e nem no Congresso Nacional”, afirmou.
O Canal Livre deste domingo (23) discute os impactos políticos e jurídicos da denúncia da Procuradoria Geral da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. As articulações no Congresso Nacional sob nova direção. E a crise de popularidade que levou o presidente Lula ao menor índice de aprovação desde seu primeiro mandato.
O programa analisa a interferência destes e de outros assuntos na corrida eleitoral de 2026 com o cientista político Fernando Abrucio, ao lado de Fernando Schüler, Fernando Mitre, Rodolfo Schneider e Eduardo Oinegue.
Entenda
A PGR (Procuradoria Geral da República) denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 33 pessoas por envolvimento em um plano de golpe de Estado, que teria sido preparado após a eleição de 2022. Veja abaixo, no fim do texto, a lista de todos denunciados e as defesas de Bolsonaro e Braga Netto.
A denúncia, com 270 páginas, diz que Bolsonaro e o candidato a vice-presidente dele, Walter Braga Netto, eram os líderes de uma organização criminosa responsável por “atos lesivos” à democracia. Segundo a PGR, o atentado era contra os 3 poderes e “com forte influência de setores militares”.
Portanto a PGR considera que há indícios suficientes para concluir que houve crime. Neste caso a maioria dos denunciados, inclusive Bolsonaro, é acusada por 3: golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
Quando o plano começou a ser revelado, foi divulgado que a intenção era matar o presidente Lula (PT) e o vice Geraldo Alckmin (PSB). De acordo com a PGR, Bolsonaro sabia dessa intenção: “O plano foi arquitetado e levado ao conhecimento do Presidente da República, que a ele anuiu , ao tempo em que era divulgado relatório em que o Ministério da Defesa (Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira) se via na contingência de reconhecer a inexistência de detecção de fraude nas eleições”, escreveu o procurador-geral.
O inquérito que deu origem à denúncia, feito pela Polícia Federal, concluiu que esse plano golpista não foi colocado em prática porque o Exército não aderiu.
Agora, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidirá se acata a denúncia, o que tornaria o ex-presidente réu e iniciaria uma ação penal contra ele. O relator é Alexandre de Moraes. Entenda os próximos passos após a denúncia da PGR.
Veja a lista de denunciados pela PGR
Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República
Walter Souza Braga Netto, ex-candidato a vice-presidente
Alexandre Rodrigues Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin e deputado federal
Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marina
Anderson Gustavo Torres, ex-ministro da Justiça
Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
Ailton Gonçalves Moraes Barros
Angelo Martins Denicoli
Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
Bernardo Romão Correa Netto
Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
Cleverson Ney Magalhães
Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
Fabrício Moreira de Basto
Filipe Garcia Martins Pereira
Fernando de Sousa Oliveira
Giancarlo Gomes Rodrigues
Guilherme Marques de Almeida
Hélio Ferreira Lima
Marcelo Araújo Ormevet
Marcelo Costa Câmara
Márcio Nunes de Resende Júnior
Mario Fernandes
Marília Ferreira de Alencar
Nilton Diniz Rodrigues
Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
Rafael Martins de Oliveira
Reginaldo Vieira de Abreu
Rodrigo Bezerra de Azevedo
Ronald Ferreira de Araujo Junior
Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
Silvinei Vasques
Wladimir Matos Soares
Os crimes atribuídos a Bolsonaro e aos outros denunciados por tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima, deterioração de patrimônio tombado.
Defesa de Bolsonaro nega acusação e confia na Justiça
A defesa do ex-presidente se manifestou com uma nota à imprensa. Os advogados informaram que a denúncia foi recebida com indignação, negaram toda a acusação e concluíram que confiam na Justiça.
Mín. 23° Máx. 35°