O Banco Central (BC) decidiu elevar a taxa básica de juros da economia, a Selic, em um ponto percentual, passando de 12,25% para 13,25% ao ano. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (29/1) após reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e contou com unanimidade entre os nove diretores da instituição.
O aumento já era esperado pelo mercado financeiro, especialmente após o próprio BC ter sinalizado, em dezembro, que adotaria uma postura mais rígida diante do avanço da inflação. A elevação da Selic marca a primeira decisão do Copom sob a presidência de Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comandar o BC.
A decisão do Copom reflete a preocupação com a inflação crescente no país. No comunicado divulgado após a reunião, o comitê indicou que, caso o cenário atual se mantenha, a Selic poderá sofrer novo aumento de igual magnitude na próxima reunião.
"Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião", destacou o documento.
O BC reforçou que o ciclo de alta dos juros deve continuar nos próximos meses, dependendo do comportamento da inflação e dos fatores econômicos que influenciam os preços. "Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos", afirmou o Copom.
Com a Selic mais alta, o crédito para consumidores e empresas tende a ficar mais caro, o que pode afetar o consumo e os investimentos. Por outro lado, o aumento dos juros também tem o objetivo de conter a inflação, tornando o cenário mais previsível para a economia a longo prazo.
O mercado agora aguarda os próximos passos do Banco Central e os efeitos das novas taxas sobre os índices de preços. A próxima reunião do Copom será decisiva para definir o ritmo do aperto monetário e os rumos da política econômica no país.