O novo candidato à presidência da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), se reuniu nesta quarta-feira (4) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
A reunião ocorreu um dia depois de Motta se lançar de vez na disputa. Na terça (3), o então candidato Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos, abdicou da disputa para apoiar o nome de Motta.
A visita a Lula foi orquestrada por Pereira e pelo ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, também do Republicanos.
Durante a conversa, segundo interlocutores do deputado, Lula comentou que Motta é jovem. O deputado respondeu que é jovem, sim, mas tem bastante experiência no parlamento.
Depois Lula afirmou que soube que Motta é amigo do deputado cassado Eduardo Cunha. Cunha presidiu a Câmara em 2015 e parte do ano de 2016. Na época, iniciou o processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff, afilhada política de Lula.
Motta respondeu ao presidente que, sim, não abandona os amigos. Afirmou que foi acolhido por Cunha quando chegou a Brasília e que considera isso importante. Disse também que aconselhou o então presidente da Câmara a não dar início ao processo de impeachment contra Dilma. Segundo Motta, isso acabaria fazendo mal à carreira de Cunha.
Por fim, Motta salientou para Lula que vem defendendo o governo petista nas reuniões de líderes no Congresso.
Motta saiu da reunião, segundo interlocutores, com um convite feito por Lula: "Vamos tomar um vinho na semana que vem", disse o presidente.
Antes de ir até Lula, Motta conversou com o principal rival político do presidente, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele foi levado a Bolsonaro pelo filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI).
O apoio de aliados de Lula e de aliados de Bolsonaro é fundamental para quem quiser vencer a disputa da Câmara.