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Paraíba Fenômeno El Niño pro

CLIMA EXTREMO

30/11/-1 às 00h00
Por: Redação
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Depois de provocar enchentes na Região Sul e a seca histórica no Norte do país, o fenômeno El Niño vai provocar, nos primeiros quatro meses do ano que vem, uma severa estiagem no Nordeste. A previsão é consenso na comunidade científica, que cobra dos governos federal e estaduais políticas públicas emergenciais para atender a população do semiárido nordestino e mitigar prejuízos econômicos — principalmente, na produção agropecuária.

Desde junho, a Casa Civil da Presidência da República vem coordenando uma sala de crise para avaliar os impactos do El Niño em todo o país, que conta com a participação de vários ministérios e órgãos de pesquisa e monitoramento. Só para a Região Norte, foram feitas 11 reuniões até agora. Os cenários para o Nordeste começaram a ser avaliados neste mês. O Brasil tem 1.038 municípios monitorados mais diretamente por estarem mais sujeitos a desastres naturais.

Um dos órgãos estratégicos da sala de crise é o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). "O Cemaden tem monitorado os impactos do El Niño nas cidades, na agricultura, na geração de energia hidrelétrica, em vários setores. A partir desse monitoramento rotineiro, ações são tomadas pelo governo federal, que vai ouvir, também, outros setores, inclusive empresas privadas", disse a oceanóloga e professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Regina Rodrigues.

A professora participou, ontem, de um debate na Academia Brasileira de Ciências (ABC), no Rio de Janeiro, que contou com a participação de outros especialistas na questão da emergência climática. Ela alertou, ainda, que está previsto um recrudescimento da seca na Amazônia antes da chegada da temporada de chuvas, que está atrasada.

"A seca na Amazônia era esperada apenas para o verão, mas chegou antes. Entre março e maio do ano que vem, quando o El Niño começa a decair, a gente espera a falha na estação chuvosa no Nordeste e piora da seca na Amazônia", explicou Regina.

"Estamos avisando com meses de antecedência para que os governos se preparem e mantenham monitoramento contínuo", alertou o físico, meteorologista e membro da academia José Marengo, que também integra o Cimaden. Segundo estudos, as temperaturas no Norte e no Nordeste podem ficar entre 0,5°C e 2,5°C acima da média no ano que vem.

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